quinta-feira, 18 de outubro de 2012

SURRA DE VOTOS: população dá o troco de maneira silenciosa a três projetos políticos envolvidos em escândalos milionários na PB

Pouca gente prestou atenção, porém o resultado no ultimo embate eleitoral em três cidades paraibanas tem uma simbologia especial: a resposta nas urnas dada pela população aos projetos políticos envolvidos na operação Pão e Circo desencadeada pela Policia Federal com intuito de investigar desvio de recursos públicos nos municípios de Solanea, Sapé e Alhandra.

Segundo foi possível observar, a resposta da população aos escândalos envolvendo os seus gestores foi tão esperada, que dois dos prefeitos que poderiam disputar a reeleição se quer tentaram ser aprovados novamente nas urnas.

Em Solanea, o atual prefeito Francisco de Assis Melo (PMDB) (Dr. Chiquinho) que foi preso na operação se quer disputou a reeleição e viu o seu opositor no último dia, o ex-prefeito Beto Brasil (PPS) sair vitorioso nas urnas, a situação anda tão complicada para Doutor, Chiquinho que a Justiça Eleitoral publicou na última quinta-feira (11) a decisão de cassar o mandato do prefeito e do vice-prefeito e Jucimar Cândido da Costa (PR), sob a acusação de compra de votos nas eleições de 2008. A sentença foi do juiz Osenival dos Santos Costa, da 48ª Zona Eleitoral, que determinou o afastamento do gestor e a realização de eleições indiretas, ou seja, votação realizada entre os vereadores que compõem a Câmara de Vereadores da cidade.Dr. Chiquinho recorreu da decisão e no dia 14 passado, o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) concedeu liminar determinando que o prefeito do município de Solânea, Francisco de Assis de Mendes (Dr. Chiquinho-PMDB), volte a assumir o cargo, após de ter tido seu mandato cassado por compra de votos.

Outro prefeito envolvido na Operação Pão e Circo que teve insucesso nas urnas foi o prefeito de Sapé João da Utilar (DEM) que não explicou os motivos da sua desistência, mas usou o mesmo argumento do prefeito de Solânea – que também foi preso e também desistiu da reeleição. Ele disse que tomou a decisão de não concorrer à reeleição após uma reunião familiar. João optou pela neutralidade e viu o seu adversário Roberto Feliciano do PSB sair vitorioso do pleito.

O caso mais emblemático aconteceu em Alhandra, cidade do Litoral Sul comandada pelo grupo político do deputado Branco Mendes (DEM) que indicou a sua esposa Gorete Mendes (DEM) que tinha como vice Candice, esposa do candidato derrotado nas eleições 2008 Victor Braga. A vitória dada como certa, acabou se tornando numa grande resposta ao prefeito Renato Mendes (DEM) sobrinho de Branco, envolvido na Operação Pão e Circo. O autor da ‘proeza’ foi o empresário Marcelo Rodrigues do PMDB que ao lado do agricultor Cal Lucena obteve 7.256 votos, (54,21% dos votos válidos) numa diferença de mais de 1, 100 votos de vantagem para o palanque do prefeito Renato Mendes, mostrando que quando o povo quer, a melhor resposta é dada nas urnas aos prefeitos e gestores que não honraram com os compromissos de moralidade assumidos com o seu povo.

ENTENDA O CASO:

A ‘Operação Pão e Circo’ da Polícia Federal, Controladoria Geral da União (CGU), e Ministério Público apreendeu no mês de Junho, além de documentos com os envolvidos em esquema fraudulento de desvios de recursos público destinados a eventos na Paraíba, R$ 56 mil, carros importados e nacionais, imóveis, armas sem registro e até uma lancha.


As apreensões estavam em poder de 28 pessoas que foram presas durante a manhã em 18 prefeituras paraibanas.


Durante a manhã do dia 28 de junho deste ano, cerca de 300 policiais federais, 30 militares, 20 auditores da Controladoria Geral da União e 12 promotores do Ministério Público Estadual estiveram nas cidades de Alhandra, Boa Ventura, Cabedelo, Capim, Conde, Cuité de Mamanguape, Itapororoca, Jacaraú, Mamanguape, Mulungu, Sapé, Santa Rita, Solânea, e na Capital na sede da Funjope.


De acordo com o procurador Geral do Ministério Público, Oswaldo Trigueiros, antes de realizar a operação, foi feito pela Polícia Federal cerca de 40 mil minutos de escutas telefônicas. As investigações apontaram também um superfaturamento dos objetos contratados, a inexistência e documentos forjados para justificar a farsa na contratação de bandas para eventos.

As investigações apontaram a participação direta dos prefeitos João Clemente Neto (Sapé), Renato Mendes (Alhandra) e Francisco de Assis de Melo (Solânea), familiares e servidores públicos, além de empresas “fantasmas” que foram constituídas com a finalidade de desviar dinheiro público e fraudar procedimentos de contratação de serviços para a realização de eventos festivos (Ano Novo, São João e São Pedro, Carnaval e Carnaval fora de época, aniversários das cidades, etc.).

As fraudes eram feitas em licitações, dispensas e inexigibilidades de licitação, contratos com bandas musicais, montagem de palcos, som, iluminação, comercialização de fogos de artifício, shows pirotécnicos, aluguéis de banheiros químicos e serviços de segurança. Para o Procurador-Geral de Justiça, Oswaldo Trigueiros a compra de embarcações, casas e locações de carros de luxo na Paraíba apresentam indícios de lavagem de dinheiro.

A Operação 'Pão e Circo' prendeu os gestores de Solânea, Francisco de Assis Melo (Doutor Chiquinho), de Alhandra, Renato Mendes Leite, e de Sapé, João Clemente Neto (João da Utilar) por envolvimento em fraude nas licitações destinadas a eventos, no dia 28 de junho deste ano.


PB Agora

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