O arcebispo metropolitano da Paraíba, dom Aldo Pagotto, revelou, nesta quinta-feira (02), que a Arquidiocese da Paraíba pedirá, oficialmente, o fim da parte profana da Festa de Nossa Senhora das Neves, que interrompe várias ruas do centro de João Pessoa. "Eu suplico de joelhos para as autoridades repensarem essa parte da festa, assim chamada de profana. Não somos mais uma provinciazinha, uma cidadezinha do interior. Nós somos uma metrópele", afirmou.
O arcebispo da Paraíba disse que a falta de fiscalização e policiamento de órgãos públicos permite "inconveniências" de todas as formas. Ele relatou que, nesta quarta-feira, às 18h00, na praça São Franciso, no centro Histórico de João Pessoa, participou de inauguração de um memorial e presenciou o tráfico e o uso de drogas. "Eu vi tanto gente traficando como gente pegando drogas. Nós passamos dos limites da permissibilidade e chegamos a uma da baderna", indignou-se.
Segundo o arcebispo, a festa popular se torna num "verdadeiro inferno", com a insistência dos parques de diversões com "instrumentos enormes" e por conta da instalação das barracas, onde se promovem "cachaçada em todo a extensão da avenida Visconde de Pelotas".
Dom Aldo estranha que ainda tem gente que "alcovita e protege esses pobres comerciantes, que poderiam ter seus espaços em outros lugares' Ele citou, como exemplo, ao redor do estádio Almeidão. "Nós teríamos outros espaços como grandes cidades têm", disse.
A Arquidiocese vai pedir à Prefeitura de João Pessoa que não realize mais a parte profana da Festa das Neves no centro da Capital. "Dessa vez eu vou protocolar um ofício, porque é necessária uma representação oficial e, quem sabe, um abaixo-assinado das pessoas que possam aderir a essa ideia de se repensar essa festa em outros lugares, que nós temos de sobra aqui na Capital", afirmou dom Aldo.
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