quarta-feira, 8 de junho de 2011

PF constata grampo telefônico no gabinete de Ricardo Marcelo na AL

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ricardo Marcelo (PSDB), estava sendo espionado em seu gabinete. O parlamentar descobriu a existência de um grampo telefônico no seu local de trabalho. O fato foi identificado no último dia 9 de maio, mas foi revelado apenas nesta nesta quarta-feira (8). Ele vai pedir que o Ministério Público instaure um inquérito para investigar o caso.

O grampo foi identificado através de uma perícia da Polícia Federal. Os peritos estiveram no gabinete da presidência a pedido do próprio Ricardo Marcelo, que após a realização de uma varredura eletrônica em todos os ambientes da Assembleia localizou um microfone de dimensões reduzidas sob sua mesa. Ele estaria servindo para escutas telefônicas e ambientais no local.

A PF realizou testes com o equipamento e comprovou seu perfeito funcionamento, amplificando conversas dentro da sala da Presidência, onde foi testado. Nos testes realizados os peritos comprovaram que o aparelho funcionaria perfeitamente, mas, quando ele foi detectado, os fios vermelho e branco se encontravam em curto-circuito, o que cancelava naquele momento os sinais de áudio que poderiam ser captados e amplificados.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ricardo Marcelo (PSDB), vai pedir ao Ministério Público Estadual a apuração completa dos fatos, diante do laudo do Departamento da Policial Federal da Paraíba que constatou a existência do grampo eletrônico. Só após ouvir o órgão ele solicitará a investigação policial.

“Diante da minha responsabilidade como presidente do Poder Legislativo, jamais me permitiria levantar qualquer suspeita ou a mínima insinuação de quem estaria por trás disso ou mesmo quem teria interesse de escutar ilegalmente o que se passava no meu gabinete. Mas é preciso que esse fato, que considero de extrema gravidade, seja completamente apurado”, disse através de nota

O presidente da Assembleia Legislativa frisou que o princípio da privacidade é assegurado constitucionalmente e não pode ser desrespeitado. “Queremos apenas a investigação completa dos fatos. Temos que ter muita prudência e cautela nesse momento, para que não haja qualquer tipo de insinuação, seja ela no campo político ou pessoal. Somente com a conclusão do inquérito que estamos solicitando, após ouvido o Ministério Público, é que vamos saber realmente o que se passava”, afirmou.

Outros casos

O deputado Luciano Cartaxo (PT) disse temer a existência de grampos também nos gabinetes dos outros parlamentares. Segundo ele, se isso foi feito com a principal autoridade do Legislativo, os demais integrantes do poder também estão sujeitos. "Se estão investigando o presidente, imagine o que podem estar fazendo com os demais deputados", declarou.

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