quinta-feira, 11 de abril de 2013
Colunista do ClickPB revela esquema da "Máfia da Cruz Vermelha" que atua no Hospital de Trauma de João Pessoa
A Máfia da Cruz Vermelha no Trauma de João Pessoa
11 de Abril de 2013 - 10h14
Estou convencido que uma organização criminosa atua no Hospital de Trauma de João Pessoa e que a Cruz Vermelha nada mais é que um dos tentáculos da Toesa Service, empresa apontada por comandar um esquema criminoso na saúde pública que corrompe gestores em todo o Brasil.
A Toesa Service é alvo de investigações do MP do Rio de Janeiro por fraude na Secretaria de Saúde do Rio e também foi flagrada na Operação Caixa de Pandora, que destruiu o esquema Panetone e mandou o ex-governador José Roberto Arruda para a cadeia. A Toesa também é investigada pelo Ministério Público de Goiás e no Rio Grande do Norte foi a empresa que operou uma esquema criminoso desbaratado na “Operação Assepsia” que culminou com o afastamento da prefeita de Natal, Micarla de Sousa, por envolvimento em fraudes investigadas na Secretaria Municipal de Saúde de Natal. Além da prefeita, foram indiciadas 17 pessoas, entre elas, Daniel Gomes da Silva, dono da Toesa. Este mesmo esquema da Toesa, foi que depositou R$ 300.000,00 na conta de campanha de Ricardo Coutinho e hoje opera o Hospital de Trauma e ja faturou mais de R$ 150 milhões entre 2011 e 2012.
Venho alertando o governo da Paraíba, as autoridades deste estado, os deputados, mas, curiosamente o tema é pulado do debate, toda vez que aponta para o envolvimento de pessoas ligadas a figurões da Paraíba.
Sei de todos os riscos que corro a partir da próximo ponto, inclusive de morte, mesmo assim, vou contar por capítulos, todo o esquema fraudulento, com provas e passo a passo, como essa gangue se instalou na Paraíba a partir de 2010.
Como já disse, o ponto de partida é a empresa Toesa Service, empresa desmascarada pelo Fantástico no dia 18 de março de 2012, que este mês completou um ano de escândalo. A empresa entrou na Paraíba e no Rio Grande do Norte, supostamente pelas mãos do ex-senador Ney Suassuna, já denunciado em esquemas fraudulentos na área da saúde que ficou conhecido como “Sanguessuga”. Inicialmente a ideia era atuar na Prefeitura de João Pessoa, para isso, Ney Suassuna apresentou Daniel Gomes da Silva ao pessoal que comandava a saúde da capital, mas nada prosperou, já que a administração do ex-prefeito Luciano Agra se negou a negociar com um intermediador com extensa folha corrida.
Ney Suassuna foi quem indicou o esquema de Daniel no Rio Grande do Norte. Quando assunto começou a repercutir na imprensa Potiguar, um dos envolvidos no esquema criminoso, Tufi Soares Meres enviou e-mail par Ney Suassuna culpando o açodamento de DANIEL GOMES DA SILVA, dono na TOESA. No e-mail, Tufi reclama da indicação de Ney Suassuna dizendo que “era preciso, a partir de agora, ter cuidado com as indicações que eles fazem, referindo-se ao papelão de DANIEL GOMES DA SILVA em Natal”.
Confira cópia do e-mail
From: tmeres
Sent: Saturday, May 14, 2011 11:35 AM
To: neirsuassuna1@gmail.com
Subject: toesa
Prezado amigo,
Recentemente te falei que já estamos na idade de selecionarmos nossas indicações,para não permitir que inexperientes estraguem a ima gem que construimos com tantas dificuldades atravéz dos anos. Não tive boa empatia com o Daniel.
Veja a cagada que ele fez em Natal...
Vou te repassar clipings para teu conhecimento.
Abs, Tufi
A denunciada no esquema criminoso em Natal, ROSIMAR GOMES BRAVO E OLIVEIRA, conforme o contrato da dengue naufragava perante a opinião pública, enviava para o seu chefe TUFI SOARES MERES notícias, matérias de jornais e clippings - os que foram mencionados por TUFI no e-mail transcrito linhas atrás para o ex-senador Ney Suassuana - elaborados pela própria Secretaria Municipal de Saúde, a fim de que o comandante da organização ficasse a par de todo o desenrolar da reação dos órgãos de controle com o processo da dengue em Natal.
Ainda em Natal, devemos lembrar da "Operação Assepsia", quando Daniel Gomes da Silva, da Toesa Service foi denunciado em vários crimes:
1. Do crime de formação de quadrilha (Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes. Pena - reclusão, de um a três anos. (Vide Lei 8.072 , de 25.7.1990). Parágrafo único - A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado.
2. Do crime de dispensa indevida de licitação descrito no artigo 89, parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993 (Lei das Licitações), que diz: Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.
3. Da agravante genérica do artigo 62, Inciso I, do Código Penal, acusado de promover e organizar a cooperação no crime e dirigir as atividades dos demais agentes, cada um no seu núcleo de liderança, submetendo-se a gravante genérica prevista no artigo 62, Inciso I, do CP, que diz: Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada pela Lei nº 7.209 , de 11.7.1984). I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209 , de 11.7.1984).
DANIEL GOMES DA SILVA é casado, CPF nº 051.381.257-10, nascido em 23/10/1977, filho de Ângela Maria Marapodi da Silva e David Gomes da Silva (denunciado pelo Fantástico) residente e domiciliado à Praça Telê Santana, nº 85, Apt. 301, Bloco II, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro-RJ.
Seu primeiro gesto ou pontapé inicial para abocanhar o Trauma foi através de uma doação milionária em dinheiro, na campanha eleitoral de 2010 para o atual governador da Paraíba, Ricardo Coutinho. A doação foi feita através do seu tio, que eu denunciei neste mesmo espaço.
Relembrado, Jaime Gomes da Silva, tio de Daniel Gomes da Silva, um português de 76 anos, fez uma transferência em dinheiro no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) a título de doação de campanha de Ricardo Vieira Coutinho. O depósito foi feito pelo irmão do proprietário da Toesa Service, Jaime Gomes da Silva, portador do CPF 010.871.777-15 .
Para não chamar atenção, o dinheiro, em espécie, saiu da conta de Jaime Gomes da Silva, através de uma transferência eletrônica feita no dia 29-11-2010, para a conta do Diretório Estadual do PSB da Paraíba. Um dia após o recebimento, o PSB depositou o mesmo dinheiro na conta de campanha de Ricardo Vieira Coutinho.
Essa foi a senha para "o esquema" se instalar na Paraíba. Inicialmente queriam terceirizar a mão de obra no Trauma , mas o contrato teve que ser abortado depois que o jornalista Rubens Nóbrega deu o sinal de alerta quanto ao perigo iminente do Estado fechar negócio com uma empresa com folha corrida por todo o Brasil. Naquela época, a “Toesa” já era sinônimo de "fraude", "falcatrua", “migué”, "171".
Abortada, a primeira tentativa deste esquema criminoso, a Toesa se associou à Cruz Vermelha Brasileira, tendo como seu operador principal, Daniel Gomes da Silva, responsável por negociar e fraudar o negócio. O elo de Daniel e o governo da Paraíba sempre acontece através de uma senhora X de codnome"Marquês de Sapucaí".
Inicialmente Daniel Gomes da Silva trouxe para dirigir o Hospital de Trauma o senhor Edmon Gomes da Silva, chamado e apresentado por Dr. Edmom, acusado no escândalo da “Unimed de Caxias” e que teve os bens bloqueados, conforme denunciei neste mesmo espaço ainda em junho de 2011.
H
AÇÃO NO RIO GRANDE DO NORTE
Foi esse mesmo Edmon, juntamente com Daniel Gomes da Silva, que se reuniram com a então governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Cialini. O ex-secretário de saúde do RN, Domício Arruda, fato já mais que referido no âmbito da “Operação Assepsia”, prestou um depoimento bastante explicativo ao Ministério Público no fim de julho de 2012.
Domício Arruda, além de responsabilizar a governadora Rosalba Ciarlini e o Procurador Geral do Estado do RN, Miguel Josino, ainda descreveu as circunstâncias das negociações havidas com o grupo de Daniel Gomes, da Toesa, para administrar unidades hospitalares no RN. Depois, o esquema migrou para a prefeitura de Natal que culminou com a cassação da prefeital.
Segue trecho do depoimento de Domício Arruda, ex-secretário de saúde do RN, ao Ministério Público do Rio Grande do Norte:
“Arruda contou que com o agravamento da crise no Hospital Walfredo Gurgel, manteve contato com a Cruz Vermelha, através do representante Edmon Silva, que já tinha uma experiência de gestão de unidades hospitalares na Paraíba. Domício Arruda foi, então, visitar o hospital administrado pela Cruz Vermelha em João Pessoa. Foi realizada, após isso, uma reunião na governadoria para tratar sobre uma solução para administrar o Walfredo Gurgel. Da reunião, participaram Edmont Silva e Daniel Gomes (o dono da Toesa e ligado ao ITCI, que se apresentou como consultor também da Cruz Vermelha), além do então secretário, sua adjunta e a governadora Rosalba Ciarlini. O encontro discutiu o modelo de terceirização, que já havia sido implantado em João Pessoa, e que dependia, como sempre nesses casos, da decretação do estado de emergência e da aprovação de uma lei estadual sobre as Organizações Sociais”.
O curioso é que no Rio Grande do Norte, o Ministério Público rapidamente interveio por conta do desvio de um pequeno contrato de R$ 8 milhões. Na Paraíba, as cifras envolvendo os mesmos personagens já ultrapassaram 150 milhões até o mês de dezembro de 2012.
Daniel Gomes da Silva no fim do ano passado conseguiu outra proeza: Agora faz parte do Conselho Diretor da Cruz Vermelha Brasileira, a mesma que mantém o contrato com Hospital de Trauma de João Pessoa com mandato até 30 de junho de 2014. Ou seja, o mesmo modus operandi. A Toesa doou para Campanha e abocanhou o Trauma.
do blog do Clilsonjúnior
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