quarta-feira, 18 de julho de 2012

Tristeza nacional: Paraíba registra aumento de 188% em homicídios a jovens

No ritmo que em que a violência vem crescendo nos últimos anos é difícil imaginar o que será o futuro dos jovens brasileiros, mas a divulgação do "Mapa da violência 2012", com base em dados do Ministério da Saúde, já revela um cenário aterrador para os paraibanos que estão na sexta pior posição do Brasil no número de assassinatos a pessoas de 0 a 19 anos.

Com uma taxa de 21,6 assassinatos por 100 mil habitantes e um crescimento no número de homicídios de 188% de 2000 até hoje, os dados apontam para a necessidade imediata de uma mudança nos Serviços de Segurança Pública.

Um dado que chamou a atenção do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da pesquisa, foi quanto os homicídios de jovens representava no total de mortes. Em 1980, eles eram pouco mais de 11% dos casos de assassinato. Já em 2010, 43%.

"Os homicídios de jovens continuam sendo o calcanhar de aquiles do governo. Esse aumento mostra que criança e adolescente não são prioridade dos governos", disse.

Entre os Estados em que houve maior aumento dos assassinatos de jovens estão Alagoas, com uma taxa de 34,8 homicídios por 100 mil habitantes, Espírito Santo (33,8) e Bahia (23,8).

Segundo Waiselfisz, vários fatores influenciam o aumento em determinadas regiões. Um deles é a interiorização dos homicídios.

"Antes, a maior parte dos crimes acontecia nos grandes centros. Agora, com a melhor distribuição de renda, houve uma migração da população e os governos não conseguiram implantar políticas públicas para acompanhar essa mudança", disse.

Os Estados que apresentaram as menores taxas foram Santa Catarina, (6,4), São Paulo (5,4) e Piauí (3,6).

Para Alba Zaluar, antropóloga da Universidade Estadual do Rio, os dados devem ser analisados com "cuidado", já que entre 2002 e 2010 houve uma melhora na qualificação das estatísticas sobre mortes. Ou seja, casos que antes constavam como "outras violências" nos dados oficiais passaram a ser homicídios.

"É muito complicado falar do aumento de mortes por agressão no Brasil como um todo", afirmou Zaluar.

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